Memorial Manuelzão

A Samarra - Sociedade dos Amigos do Memorial Manuelzão e de Revitalização de Andrequicé, foi fundada em 06 de julho de 2004, nas comemorações do centenário de Manuelzão, durante a III Semana Cultural “Festa de Manuelzão”. Para os seus fundadores a denominação Samarra, que parece ser apenas uma sigla, representa  também uma grande coincidência: o  escritor Guimarães Rosa denominou a região de Andrequicé de Samarra para escrever  a estória de Manuelzão e após a sua morte, há  cem anos do seu  nascimento, um grupo de seus amigos, cria a Samarra para a preservação da sua memória e  revitalizar a região  do falado Andrequicé, que abre as páginas do Grande Sertão-veredas, “ Ainda o senhor estude: agora mesmo, nestes dias de época, tem gente porfalando que o Diabo próprio parou, de passagem no Andrequicé”.  A criação se deu em cumprimento ao Projeto Memorial Manuelzão, da ACA - Associação Comunitária de Andrequicé, aprovado pela Lei de Incentivo a Cultura de MG e que vem sendo implantado com  incentivo fiscal da Votorantim Metais, Prefeitura Municipal de Três Marias e outros parceiros,   com objetivo de resgatar, preservar e divulgar a literatura de Guimarães Rosa, e transformar o bicentenário distrito de Andrequicé,  em um pólo de turismo histórico, cultural da literatura de Guimarães Rosa no Sertão Mineiro. A Samarra foi constituída de Associados Fundadores (amigos de Manuelzão), Associados Contribuintes e Associados Beneméritos. O patrimônio da Samarra foi constituído da propriedade onde viveu o Manuelzão, adquirida e restaurada para abrigar o  Memorial Manuelzão, O  patrimônio da Samarra se constituiu também  do acervo e reserva técnica do museu. Conseqüentemente na sua fundação a Samarra, assumia o Projeto da Lei de Incentivo a Cultura, e a execução e todas as suas atividades, dentre elas a realização da 5ª e sucessivas  Semana Cultural “Festa de Manuelzão” e também a construção do Centro Cultural Armazém da Cultura e Praça “Uma Estória de Amor”, empreendimentos indispensáveis para o desenvolvimento turístico da região de Andrequicé. 

Em 1952, o médico João Guimarães Rosa, foi convidado pelo seu primo Chico Moreira, para acompanhar uma boiada da sua fazenda Silga em Andrequicé a Araçai, dista 280Km.  A comitiva da boiada  era composta pelos nossos vaqueiros  Bindoia, Grégório, Santana, Manuelzão, Tião Leite e Zito. Guimarães Rosa chegou dias antes, porque queria conhecer de perto o povo e as coisas do sertão, assim ele assistiu a festa de inauguração de uma capela feita pelo Manuelzão, ali onde ele próprio enterrou a sua mãe em um descampado no meio do cerrado, conheceu muita gente, versos, causos, cantoria e danças. A boiada partiu,  foram dez dias “sertão a dentro” e “João Rosa,  participou do inicio ao fim, perguntava sem parar, queria saber de tudo, nos mínimos detalhes” dizia Manuelzão. O médico virou escritor, os locais onde passaram viraram cenários e aquela gente do sertão virou personagens vivos de sua obra. Da inauguração da capela  ele escreveu o livro Uma Estória de Amor – Festa de Manuelzão,    “Grande Sertão – Veredas” e vários outros. A sua obra literária ficou conhecida no mundo inteiro e Manuelzão a referência maior: “Se não fosse ele, o nada não teria virado coisa”, são tantas condecorações que ele o fez:  “ Manuelzão isto de entrego, de deixo em mãos por desbravar”.  Como se não bastasse Manuelzão, ficou mais famoso pela sua versatilidade e  atuação em filmes, propagandas premiadas, seriado Grande Sertão -veredas na TV Globo. A sua casa em Andrequicé recebia visitas ilustres de políticos, artistas, cientistas, professores e estudantes. Após a sua morte em 1979, na sua missa de 7º Dia, nascia a ideia de se constituir o Memorial do Manuelzão em Andrequicé, a ideia virou projeto, os cidades onde a boiada passou viraram circuito turístico de Minas Gerais e a Samarra, juntamente com algumas  prefeituras destes municípios tentam usar desta grandiosa obra, para o desenvolvimento turístico desta região. 

Visão: Consolidar o bicentenário Distrito de Andrequicé em Três Marias – Minas Gerais, como pólo de desenvolvimento do turismo histórico, cultural e ambiental, no sitio literário do Sertão Mineiro, imortalizado por Guimarães Rosa, fundamentado nas tradições sertanejas desta região do Vale do Rio São Francisco.

Missão: Resgatar, preservar e divulgar a história de Manoel Nardi, o lendário Manuelzão, articulando ações e planos participativos para o desenvolvimento socioeconômico local e regional, em parceria com as organizações, grupos artístico culturais, através do fomento ao turismo sustentável, da promoção artística e manifestações culturais própria e tradicionais, assim como a implantação e manutenção da infra-estrutura urbana e paisagística, com o tombamento e restauração de bens imóveis e naturais do Sertão Mineiro na região de Andrequicé.

Valores: Gestão participativa, transparência e credibilidade institucional. Integração, compromisso e parceria. Preservação dos valores tradicionais e culturais. Qualidade dos produtos e serviços prestados. Responsabilidade sócio-ambiental.

Turismo – A Samarra ao longo da sua existência vem buscando formas e alternativas para o desenvolvimento turístico, uma das atividades difíceis de serem consolidadas, devido a falta de empreendedores e também pela falta de infraestrutura no Andrequicé, aos poucos algumas coisas estão sendo feitas, como implantação do Museu Manuelzão, restauração da Capela de Manuelzão e da Tolda, a Semana Cultural Festa de Manuelzão que atrai gente de toda parte do Brasil e outros eventos sazonais.

Cultura –- Meio Ambiente – Campanhas de educação ambiental para a preservação das  veredas, do serrado e do rio São Francisco e suas nascentes, bem como de todo o nosso sertão, cenário inspirador da Literatura de Guimarães Rosa.

 Geração de Emprego e Renda – Em todas as atividades artísticas culturais a Samarra visa agregar valor aos seus produtos e serviços para geração de renda.

Arte e Cultua - Resgate das tradições culturais do sertão mineiro, através da manutenção dos  grupos folclóricos e deles a criação de grupos para folclóricos, desenvolvidos com crianças, adolescentes e jovens carentes ou em situação de risco social. Foi criado também o grupo de Bordadeiras de Andrequicé, que bordam os cantos e encantos do sertão mineiro, que tem agradado muito, sendo motivo de várias participações em exposições e outros eventos em vários cidade do Brasil, além deste grupo, conforme histórico em anexo a Samarra tem o Grupo de Dança Corpo de Baile, Grupo de Folia de Reis, Grupo de Pastorinhas, Grupo de Guias do Serrado, Grupos de Contadores de Estórias e Grupo de Teatro Turvação.

Apoio as pessoas  com deficiência – Nos eventos os alunos com deficiência intelectual e ou múltipla da Apae de Três Marias, tem lugar garantido nas apresentações artística.

Assistência Social – A Samarra desenvolve suas atividades artísticas e culturais, prioritariamente com crianças, adolescente e jovens carentes em situação de vulnerabilidade social e trabalha também com grupos de Terceira Idade, que se inclui principalmente no Grupo de Bordadeira de Andrequicé, que bordam as historias e as encantos do nosso sertão. 

O Ponto de Cultura Memorial Manuelzão, localizado na Praça Uma Estória de Amor, Nº 01, na Vila de Andrequicé, a 35km da Cidade de Três Marias, na Região Central do Estado de Minas Gerais,  com acesso pela BR 040, a 272Km de Belo Horizonte e a 467Km de Brasília.

 A ideia de implantar o Memorial Manuelzão, se concretizou em 11 de maio de 1997, em Andrequicé, na  Missa de Sétimo Dia de Manuel Nardi - o Manuelzão, personagem vivo da Literatura de João Guimarães Rosa, quando um grupo de parentes e amigos lançavam o projeto, através de uma lembrancinha, ja contendo a logomarca  do memorial, distribuída a todos após a missa. 

O projeto foi elaborado para a Secretaria de Estado da Cultura e foi aprovado em 1999, pela Lei de Incentivo a Cultura de Minas Gerais, tendo como primeiro incentivadores culturais a Votorantim Metais e a Usiminas, e no meio de uma grande festa foi feito o lançamento da Pedra Fundamental em  06/07/2021, que foi cravada do lado direito da casa de Manuelzão, com os seguintes dizeres, “ “ Te entrego Manuelzão isto te deixo em mão, por desbravar” Guimarães Rosa. 

A primeira providência foi comprar as casas onde viveu o vaqueiro Manuelzão, que foram restauradas e transformadas no Museu Manuelzão,  constituído da Casa do Manuelzão, Casa do Forno de Arreios, Casa Venda das Bordadeiras de Andrequicé. Além do Museu Manuelzão, você poderá visitar também a bicentenária Igreja de Nossa Senhora das Mercês,  o Armazém da Cultura e o Cine Clube Manuelzão, de terça a domingo no horário comercial. 

Para dar vida e fazer a culminância das ações do Memorial Manuelzão, em 2002  foi criada a Semana Cultural Festa de Manuelzão, que já está na XX edição, é realizada na primeira semana de julho, por ocasião do dia 6, aniversário de nascimento de Manuelzão, o grande evento visa homenagear também a novela Um Estória de Amor Festa de Manuelzão.

No centenário de Manuelzão em 06 de julho de 2004, durante a realização da III Semana Cultural Festa de Manuelzão, foi fundada a Samarra - Sociedade dos Amigos do Memorial Manuelzão e de Revitalização de Andrequicé, para administrar o Memorial, que se fortaleceu enquanto instituição através da implantação do Planejamento Estratégico, tendo como  Visão: Consolidar o bicentenário Distrito de Andrequicé em Três Marias – Minas Gerais, como pólo de desenvolvimento do turismo histórico, cultural e ambiental, no sitio literário do Sertão Mineiro, imortalizado por Guimarães Rosa, fundamentado nas tradições sertanejas desta região do Vale do Rio São Francisco e como Missão: Resgatar, preservar e divulgar a história  de Manoel Nardi, o lendário Manuelzão, articulando planos participativos para o desenvolvimento socioeconômico local e regional,  através do fomento ao turismo sustentável,  da promoção artística, das manifestações culturais próprias e tradicionais, implantação da infraestrutura urbana e paisagística, com  tombamento e restauração do patrimônio cultural e natural do Sertão Mineiro, na região de Andrequicé. 

Em 31/12/2007 a Samarra ganhou mais força e melhores condições de sustentabilidade, através da  assinatura do convênio com o Ministério da Cultura,  para transformar o Memorial Manuelzão, em um Ponto de Cultura, e muitas novas atividades foram desenvolvida, em especial a criação e manutenção até hoje, do Grupo de Bordadeiras de Andrequice,  Contação de Estórias, Guias do Cerrado, Teatro Turbação e Cultural da Terceira Idade, além de pesquisa para o resgate e preservação dos grupos, de danças folclóricas do Corpo de Baile, Encomendadores de Almas,  Folia de Reis e Pastorinhas,  totalizando 132 participantes de 6 a 70 anos e instalou-se também a Biblioteca João Rosa, com Centro de Inclusão Digital, com cursos gratuitos de informática, para crianças, adolescentes, jovens e adultos.